O Reis Canindé do “Reino de Canindés”
O Caboclo Guerreiro da Jurema Sagrada.
O Guardião do Portal dos Caboclos
Todo Juremeiro sabe a grande importância que tem este Reinado da Jurema, em questão o Reis de Canindés ou Rei Canindé, foi um grande Guerreiros, Grandes Caçadores, é ha grandes atos de Pajelança, e encantava os seus antepassados em troncos.
Reis Canindé, e toda a sua correntes dos caboclos desta aldeia, de origem tapuia.
Décimo Primeiro Reino da Jurema Sagrada
É o Reino de Canindé
Este é um Reinado muito importante da Jurema Sagrada Catimbó, e há quem diga que é por ele que encontramos as explicações e os motivos de existirem os sacrifícios de animais para a Jurema. Local onde há a unificação das várias etnias de índios em um só local vivendo em sua harmonia cultural, com suas pajelanças e mitos. Neste Reinado como o próprio nome diz quem Rege é o Rei Canindé o filho de Tupã, Senhor das Festas, Bebidas e da Guerra.
Os Canindés (ou Kanindé) são um povo indígena que vive nos municípios de Aratuba (Sítio Fernandes), Aratuba vem do tupi-guarani ara (pássaro) e tyba (abundância, grande quantidade) e significa abundância de pássaros, passarada.
Aratuba eram habitadas por índios de origem tupi=guarani, como os Canindés.
Sua formação como núcleo urbano aconteceu lenta e pouco desenvolvida no século XVIII, com as catequeses do Jesuítas e pessoas oriundas de Baturité, e outras provenientes de outras regiões, notadamente do semiárido cearense, atraídos pelo clima e condições frutícolas.
Referindo-se à Aratuba, o Historiador cearense Gustavo Braga diz que: “Suas cachoeiras e sua paisagem bucólica são locais de lazer para uma profunda reflexão de vida”.
São os Canindés (Fazenda Gameleira) no Estado do Ceará.
A palavra Canindé vem do tupi-guarani kanindé, e tem várias significações:
A Tribo de índios mencionados e que, primitivamente, habitam as margens dos rios Banabuiú e Quixeramobim.
Uma grande tribo de Tarairius, que vivia na região central do Ceará pelo sertões de Quixadá, Canindé e Alto Banabuiú, Quixeramobim;
Segundo Paulino Nogueira: uma espécie de arara de plumagem amarela, chamada guacamaio ou um psitacídeo (Arararaúna).
Sua denominação original era São Francisco das Chagas do Canindé e, desde 1914, Canindé.
História
Os Canindés são associados aos Janduís e aos Paiacus, compondo grupos que descenderiam dos Tarairus.
O nome dos Canindés está ligado a seu chefe histórico Canindé, mais importante na tribo dos Janduís, que comandou a resistência deste povo no século XVII, o que forçou o Rei de Portugal à assinatura de um tratado de paz em 1692, tratado este que foi posteriormente descumprido pelos portugueses.
Seus descendentes ficaram desde então conhecidos como Canindés em referência ao Histórico líder e à ancestralidade.
Os Canindés têm por tradição oral serem originários da área que compreende o atual município de Mombaça, tendo percorrido junto aos seus parentes Jenipapos-canindés trajeto pelas margens do rio Curu, passando por Quixadá entre os rios Quixeramobim e Banabuiú, até chegar às suas atuais terras.
A história dos Canindés é marcada desde tempos remotos por uma série de deslocamentos forçados.
Entretanto, conseguiu os Canindés manter laços de parentesco entre as duas comunidades que compõem o grupo entre o sertão central e a serra de Baturité.
A região das nascentes e margens do rio Curu e seus afluentes, bem como do os afluentes do Choró, era habitada por índios de origen Tapuia: Jenipapo, Kanyndé.
A partir do século XVII, os portugueses começaram a ocupar estas terras, via o sistema de sesmarias, para a criação de gado e a lavoura no ciclo econômico de carne de sol e charque.
Em 1775, o sargento-mor português, Francisco Xavier de Medeiros, estabeleceu-se às margens do Rio Canindé, e logo depois iniciou a construção de uma capela em honra a São Francisco das Chagas, que é o marco histórico e religioso de Canindé.
Esta capela ficou pronta em 1796, depois de disputas jurídicas e paralisações devido a Seca dos Três Setes (1777) e também a seca de 1793.
A primeira imagem de São Francisco, que veio de Portugal, é mais conhecida como São Francisquinho.
Os Canindés possuem forte cultura de caça herdada de seus antepassados.
Têm conhecimento de utilização de diversas armadilhas como o Quixó de Geringonça, que utilizam para capturar mocós, tejos, cassacos, pebas, veados, nambus, seriemas e juritis, tendo sempre o cuidado de não violar o período de gestação dos animais.
O respeito à sustentabilidade é passado de geração em geração visando à manutenção da caça através dos tempos.
Em 1996, foi aberto à visitação o Museu dos Kanindé, no qual merece destaque o trabalho em madeira com instrumentos de caça e dança, entre outros artefatos
HISTÓRIA DOS INDIOS KANINDÉS
(Fonte: São Francisco de Canindé na Literatura de Cordel, Viana, Arievaldo – Edições Livro Técnico, 2002
Curiosidades
A revista Caros Amigos publicou mensalmente em 12 fascículos, entre 2000 e 2002, uma coleção intitulada REBELDES BRASILEIROS, dentre os quais figura Canindé, chefe indígena que viveu no Século XVII e que forçou a assinatura de um tratado de paz com o Rei de Portugal Dom Pedro II (Não confundir com D. Pedro II, imperador do Brasil, que viveu quase dois séculos depois).
Em determinado trecho, o fascículo sobre o chefe indígena Canindé explica a origem do nome da tribo dos Canindés.
Vejamos o texto da jornalista Fernanda Sposito, autora do fascículo:
“Os Janduís, nação indígena que ocupava diversas áreas das capitanias de Pernambuco, Paraíba, Itamaracá e, principalmente Rio Grande (do Norte), eram da etnia dos Tarairiús”.
Entre os índios dessa etnia havia o hábito de chamar o próprio povo pelo nome de seu líder.
Assim, os Janduís (ancestrais dos índios Canindés) adquirem esse nome em virtude do seu antigo líder, Janduí.
Quando morreu Janduí, quem o sucedeu na liderança do grupo foi Canindé, guerreiro de destaque.
“Os índios que descenderam das tribos comandadas por Canindé passaram a se chamar de Canindés, embora continuassem sendo conhecidos pelos portugueses como Janduís”.
HOLANDESES RETRATARAM TRIBO DOS CANINDÉS EM
Mais adiante, Fernanda Sposito traz alguns esclarecimentos sobre os traços físicos e culturais desses nativos:
“Os holandeses pintores, cronistas, historiadores deles deixaram vários registros, mesmo porque foram seus aliados quando ocuparam o Nordeste brasileiro”.
Nesses registros, eles aparecem como homens e mulheres fortes e com o corpo bem desenvolvido. Eram guerreiros temidos por outros indígenas.
Lutavam com grandes pedaços de madeira como arma, que era mortal. Tinham rituais de ocupação da terra, que pareciam jogos esportivos, em que alguns deles levavam um grande tronco de árvore às costas, em disparada até o território do qual pretendiam a posse. Iam periodicamente a busca de novos locais para ocupação, pois eram povos nômades, coletores e caçadores.
Praticavam “a antropofagia ritual, assando os restos de entes queridos e misturando as cinzas à comida”.
Pois bem, desse trecho pode-se chegar a diversas suposições:
a primeira delas é que, como se tratavam de povos nômades, a tribo dos Canindés pode ter ocupado temporariamente essa região que compreende os Sertões de Canindé, durante o século XVIII, conforme sugerem alguns historiadores.
O pesquisador Francisco Magalhães Karam assegurava que quando os colonizadores portugueses aqui se estabeleceram, o local já se chamava Canindé. Havia recebido esta denominação dos próprios nativos.
COMUNIDADE DA REGIÃO SE DIZ
DESCENDENTE DA TRIBO DOS CANINDÉS
Ultimamente, uma comunidade que vive na fronteira de Canindé com o município de Aratuba luta para ser reconhecida pelas autoridades como descendentes da famosa tribo dos índios Canindés.
A Assembleia Legislativa do Estado do Ceará criou comissão de estudos para reconhecer a comunidade como tal. O jornal Santuário de São Francisco, órgão da Paróquia de São Francisco das Chagas, informa em sua edição de junho de 2001 que em 1738, o padre Ezequiel Gameiro foi encarregado de catequizar 30 casais de Genipapos e 40 casais de Canindés, aldeados na Serra do Uruquê e no Rio Choró. A comunidade que reivindica o reconhecimento seria descendente dos membros desta missão.
A TRIBO E A ARARAA
Arara Canindé, cujo nome científico é Ara ararauna (Linné), trata-se de uma espécie de dorso azulado e peito amarelo que mede cerca de 85cm. e costuma viver em várzeas, com buritizais e babaçuais em beira de matas.
Esta informação pode ser conferida na home-page da Petrobrás, que mantém uma equipe de biólogos interessados em pesquisar, catalogar e preservar a fauna brasileira.
Os índios costumavam denominar de “canindé” os animais de dorso escuro e peito claro. Desse modo, existem a cabra, o jumento e a arara canindé. Além de serem bonitas, as araras canindés tinham mais uma qualidade: eram barulhentas, fato que teria impressionado o “rei” Janduí a adotar esse nome para o filho que o sucedeu no comando da tribo. Augusto Rocha, em seu trabalho já mencionado, afirma que o primeiro habitante da localidade onde foi erguida a capela primitiva de Xavier de Medeiros foi um caboclo chamado Gonçalo, descendente da tribo dos Canindés.
ONDE HABITAVA A FRAÇÃO PRIMITIVA DA TRIBOM
As, voltemos aos índios Canindés. Padre Neri Feitosa nos informa que os Canindés e Jenipapos habitaram os sertões do Curu, as margens do Quixeramobim e do Banabuiú, que falavam a mesma língua e tinham a mesma cultura. Era um grupo étnico que dominava um vasto território do Nordeste Brasileiro. “Nossos índios tinham consciência de que estas terras eram suas e as defenderam com lutas perseverantes e com as próprias vidas. Perderam as terras, porque perderam a guerra, mas resistiram enquanto foi possível. Perderam a batalha porque os brancos tinham armas de fogo e eles não; a luta era desigual”, diz Pe. Neri.
Dentre as muitas táticas utilizadas pelos índios para assegurar sua sobrevivência estava a de fingir-se pacificados e aliados dos colonizadores, como acabou ocorrendo com a tribo dos Canindés, primitivos habitantes dessa região.
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