segunda-feira, 28 de julho de 2014

Rei Tupã

Deus Supremo – Divino Pai Eterno
Tupã é o Criador do Mundo

No início de todas as coisas, Tupã criou o infinito cheio de beleza e perfeição. Povoou de seres luminosos o vasto céu e as alturas celestes, onde está seu reino.

 Criou então:

  • A formosa Deusa Jaci, a Lua, para ser a Rainha da Noite e trazer suavidade e encanto para a vida dos homens. Mais tarde, ele mesmo sucumbe ao seu feitiço e a toma como esposa.
  • Jaci era irmã de Iara, a Deusa dos lagos sereno.
  • Criou ainda, o forte Deus Guaraci, Deus do Sol, irmão de Jaci, o qual dá vida a todas as criaturas e preside o Dia.
  • Fez nascer também Icatú, o belo deus. Formou um lugar de delícias para os bons e um lugar tenebroso para os maus. Neste lugar vagam as almas sem vida e os espíritos dos guerreiros sem glórias ou fugidos das tribos.
  • Tupã, após uma batalha, lançou para este lugar sombrio, seu temível e poderoso inimigo Anhangá. deus dos Infernos, chamando estes lugares de regiões infernais.
  • Juntamente com este impiedoso deus, à este mundo subterrâneo também forma dirigidos:
  • o Jurupari que ficou conhecido como mensageiro deste deus cruel;
  • Tice, que se tornou esposa do deus das trevas;
  • Xandoré (ave falconídea), o deus do ódio;
  • Caramuru e o Boto;
  • Abaçaí e Guandiro e muitos angás. Este era o reino do pavor, do ódio, da dor e da vingança. No alto dos céus, sentado em seu trono, Tupã criou milhares de criaturas celestes que executavam suas ordens e o louvavam.
  • Fez nascer sobre os verdejantes mares os Sete Espíritos e os gênios que sob as ordens do Boto Deus dos abismos dos mares, governavam os oceanos e habitavam na sagrada Loca, que é a habitação dos deuses marinhos no fundo das águas.
  • Criou Pirarucú, Deus do mal e deu vida ao alegre Curupira, Deus protetor das florestas. Do mesmo modo, nasceram as Sete Deusas:
  • Guaipira, a deusa da história.
  • Pice a deusa da poesia
  • Biaça, a deusa da astronomia.
  • Açutí, a deusa da escrita.
  • Arapé, a deusa da dança.
  • Graçaí, a deusa da eloquência.
  • Piná. a deusa da simpatia
  • Depois criou para a alimentação dos deuses, o divino Ticuanga, o bolo feito de massa de óleos e outras iguarias deliciosas para alimentar e deleitar os imortais.
  • Mandou em seguida, preparar o sagrado Tapicurí, o vinho dos sacros deuses
  • E Tamaquaré, a fina essência aromática usada pelos Senhores da Eternidade. Estabeleceu as horas, os minutos e os segundos. Fixou as estações e as mutações.
  • Deu uma forma estável e regular ao Universo e instituiu o Nadir e o Zênite. Fez nascer a reciprocidade e criou:
  • Catú, o deus outono.
  • Mutin, o deus da primavera.
  • Peurê, o senhor do verão.
  • Nhará, que preside o inverno.
  • Criou também Tainacam, a deusa das constelações.
  • Igualmente deu vida as Tiriricas, as deusas da raiva, do ódio e da vingança.
  • Colocou nas densas florestas o Caipora, deus vingativo, protetor das casas e dos animais e lhe deu o feroz porco caitetú, sobre o qual cavalgava o temido deus, protegendo os filhotes dos animais.
  • Criou Aruanã, o deus da alegria e protetor dos Carajás (tribo de Goyás) e faz germinar no norte do Brasil as ricas e belas carnaubeiras, chamadas de árvores da vida.

Para concluir sua obra, Tupã veio ao mundo e fez o homem e deu-lhe como companheira a mulher e logo eles se multiplicaram e encheram toda a terra.

  • O poderoso deus tomou então das suas criaturas e ensinou-lhes a arte de tirar do seio da terra, ricos legumes e frutas, trabalhar com barro e argila e do ferro Ubiratã, fazerem as mais fortes lanças e armas de guerra.
  • Depois transmitiu aos homens todo o conhecimento sobre os remédios para todas as doenças.
  • Finalmente, ensinou-lhes as artes que tornam a vida mais suave a amena.
  • Abençoou o Sagrado Ibiapaba, Monte Sagrado dos Deuses Brasileiros e nele permitiu a permanência das Parajás, do bondoso Inoquiué, das Parés, de Solfã e de outros deuses imortais. Até ele próprio lá comparecia, vez por outra.

Alegres viviam os homens, felizes cresciam as crianças. Todos os deuses gloriosos e imortais amavam-nos e davam-lhes formosos e ricos rebanhos de capivaras, pacas e cabras.
Ao morrerem, os homens não sofriam, pois mergulhavam em doce sono, seus corpos voltavam à terra e suas almas subiam aos céus.
A vida proporcionava todo o bem imaginável.
A terra era fértil e produzia-lhes todas as árvores frutíferas que precisavam.
Se algum mortal faltava com a veneração dos imortais, entretanto, era duramente castigado.
Os deuses reuniam-se em assembleia no Monte Ibiapaba e enviavam as mensagens aos homens pelo alegre Curupira, o qual possui os calcanhares para diante, os dedos para traz e habita a floresta, castigando todo aquele a destrói ou incendeia e é mais célebre do que Polo, o deus do vento.
Mas, eis que um dia, Anhangá, cheio de inveja, transformado numa bela e astuta jararaca gigante, soprou no ouvido dos homens a maldade e ainda que os outros deuses protetores vagassem em torno deles para ajudá-los, nada conseguiram.
Então começaram os homens a serem dominados por grande ambição e as Parajás, deusas do bem, da honra e da justiça, que eram inseparáveis, envolveram o corpo com brancas plumas e abandonaram os mortais,
Voltando para junto dos deuses eternos e a escura Deusa Sumá (deusa inimiga dos homens), envolvida em negra manta, feita de cipó chumbo, vagou pela terra, espalhando ódio e discórdia. Deste modo os maus sentimentos ganharam o mundo e os mortais tiveram o conhecimento do mal, da injustiça e amaram mais a maldade do que as belas virtudes.
No alto dos céus, com os outros deuses, Tupã dominava, desde o começo dos tempos e numa grande batalha, vencera o cruel deus Anhangá, senhor dos infernos e seu irmão, o Deus Xandoré.
Com o seu poder, Tupã aprisionou o deus do ódio na sagrada serra do Ibiapaba.
Algum tempo depois, ele foi solto por Jururá-Açu a bela imortal.
Por castigo, Tupã, fez nascer nas costas desta deusa uma espécie de concha, e cobriu-lhe o corpo todo como uma cor amarelada e Jururá-Açu transformou-se na feia e horrível tartaruga que habita as águas doces dos rios.
Assim, pode Tupã se gloriar de ter vencido todos os que se opunham à ele.
Mas agora Tupã arrependeu-se de ter criado os homens! Voltou ele então à Ibiapaba e se reuniu em assembleia com os imortais. Depois de muita discussão, chegaram à um consenso que deveriam destruir a terra e todos os homens.
Já Caramurú, deus que presidia as faíscas e as ondas revoltas dos grandes oceanos, por ordem do Conselho Divino, queria derramar sobre a terra os seus raios e curiscos, mas o deus do trovão decidiu que a terra deveria ser engolida pelas águas da chuva.
Desta forma, Polo aprisionou os ventos na forte e gigante palmeira ubuçú, mo Monte Araçatuba.
Boto desceu à terra, convocou todos os grandes e pequenos rios e Iara, raivosa, ordenou as fontes e as chuvas que caíssem abundantemente durante quarenta dias e noites, sem cessar.
Os Sete Espíritos dos grandes oceanos por ordem do Boto, atiraram para a terra seca, bravias ondas dos mares e fortes aguaceiros despencaram dos céus.
As janelas celestes se abriram e as plantações dos Tupis quedaram-se sob o peso das águas e da tempestade.
As águas invadiram toda a terra levando com elas as ocas, as tabas, as árvores e os templos. Os animais se debatiam nas ondas. Tribos numerosas eram engolidas pela inundação e os que escapavam das águas, morriam nas alturas dos montes por determinação de Tupã.
Quando Tupã olhou para a terra, viu o mundo submerso em águas mortas e apenas um casal de homens reverentes para com os eternos, contemplava os céus: Açu e Pirá.
Neste instante o senhor dos mundos, fez baixar as águas e surgiram novamente as montanhas, a planície e a terra seca.
Açu olhou a sua volta e viu tudo mergulhado no silêncio da morte. As lágrimas começaram a molhar sua face, quando perguntou a Pirá:

_ Somente nós não sucumbimos no cataclismo, o que faremos sós e abandonados nesta imensidão?

Os dois suplicaram entre salgadas lágrimas que a meiga e doce deusa Caupé para que os ajudassem a recuperar toda a geração morta Ouvindo tais súplicas a deusa desceu e falou-lhes:

_ Olhai três vezes para os céus e dizei:

_ Descobrimo-nos perante vós deuses imortais, curvamos as nossas cabeças perante vossas ordens.

Depois, tomai grande porção de areia e atirai para o alto.

Não hesitando um só momento em executar os tais ensinamentos da deusa e mal atiraram os grãos de areia, viram que deles surgiram imagens, formas humanas.

E, desse modo, com o auxílio divino, nasceram milhares de homens e mulheres e essa geração humana vindo de um só Ramo Tupi, encheu todo o lendário Brasil.

Depois de algum tempo, Açú e Pirá tiveram um filho, Tujubá, o ascendente dos tupinambás.

Os filhos deste foram:

  • Arumã, o herói,
  • Moema,
  • Taparica, que foi pai de Paraguassú,
  • Irapuã,
  • Tibiriça que foi pai de Bartira, esposa do guaraciaba (João Ramalho), fundador de Piratininga,
  • Tamará, Jucuré o semi mortal,
  • Icundi, e o belo Gunzá,
  • Araribóia, o valente,
  • Taparica, o invencível,
  • Paumá, o navegador,
  • Inhampuambuçu, o vingativo,
  • Poti, o guerreiro.
  • e Mendicapuba
  • e a formosa Agniná.


Considerações Finais

O Primeiro Reino da Jurema e Chamado de Reino de Tupã / Reino do Juremal ou a Jurema Sagrada de Caboclo.
No início do Brasil colonial entre 1532 a 1536, nas a Jurema de Caboclo ou Jurema de Tupã ou também conhecida Jurema Sagrada do Reino do Juremal. Onde Havia um índio por nome de Tupã, que receberá esse nome porque quando nasceu o Pajé afirmou que ele iria ter o nome do Criador por sua missão na Terra.
Os primeiros colonizadores e africanos foi consagrado por um Pajé e assim quando foi para os seus clãs e ou vilas cultuava os seus caboclos nas matas e agregaram-se os seus valores religiosos, a bruxaria europeia, a magia cigana, e os misticismos do africano.
Em homenagem a principal árvore de culto a ancestralidade passou a se chama esse Rito de Jurema Sagrada é a Ciência e a Proteção era passada pelo o Príncipe Tupã. Alem do caboclo cujo quais todos foram consagrados.
Sendo Assim A Jurema Sagrada de Caboclo nasceu tendo com ela, os atos mais primitivos e nativos. A não utilização de copos, taças, e Objetos que são frágeis e tudo confeccionado de barro, e palha, cabaças, coités etc., tudo do reino animal e vegetal.
Temos que separar, pois os Índios Tupis, grande parte das aldeias era dos seus descendentes os índios Tupinambás que por sua vez o cacique maior da aldeia tinha o mesmo nome e depois de ser passado para a Jurema Sagrada o cacique Tupinambá foi encantado no Reis Tupinambás, que no Tambor de Mina é o José Tupinambás.
Na Jurema Sagrada são levados a Reis pessoas que em vida fez grandes feitos pela sociedade, tais como:

  • Reis Tupinambás
  • Reis Canindé
  • Reis Malunguinho
  • Reis Salomão etc…


O Reis Tupinambá tinha vários irmãos, Tamandaré, Tupi, Tupã, Tupíara, Tupinaré, Tapindare, entre vários outros e também algumas índias que foram consagradas, por tanto entre os Tupis tinha um grande líder que era um índio chamado Tupã em homenagem ao nosso grande Rei Tupã.
O Caboclo Tupã na jurema como fez também grandes feitos ao se encantar tem vários que o chama de Rei Tupã que e o Rei Tanaruê, outros lhe chama como Príncipe Tupã para não se confundir do o Grande Rei da Criação Tupã. Passa assim o chamar de Rei Tanaruê, o filho do grande criador.
A minha raiz de Jurema Jurema Sagrada do Reino de Tupã, sendo todos os primeiros Juremeiro consagrados por um Pajé e levando para o mundo a ciência da Jurema Sagrada.
A Jurema Sagrada surge então dentro das Aldeias dos descendentes Tupis.
A Ancestralidade do Mestre Neto Juremeiro é que quando menina minha Avó Mestra Nãe Nazira fora consagrada dentro de uma Aldeia por um Pajé dos Índios Tupinambás ao caboclo da Pedra Preta, é quando já esta de idade consagrou o Mestre Lucas e esse por sua vez e o Mestre Padrinho do Mestre Neto Juremeiro consagrado ao Príncipe das Águas Claras Pajé Rio Verde.
Lembramos que os pajés em sua pajelança invocavam os espíritos dos grandes Guerreiros fazendo seções espíritas, chamado pajelança e os seus iniciados da aldeia manifestava nas seções. A Jurema Sagrada do Reino de Tupã, tem como lema da sua própria origem, em qualidade e não em quantidade.
Isso não implica que as demais ramificações de outros 11 reinados não tenham qualidade e que a jurema de caboclo tem como objetivos verificar a natureza de seus iniciados para ver se realmente e um verdadeiro Juremeiro do Reino de Tupã ou não.

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